O cursor pisca sobre uma folha em branco. As palavras não me chegam.
Cheguei a casa, é tarde e ainda tenho um contrato para analisar, mas sinto que devia escrever um post sobre o assunto. Tem mesmo que ser, não é?
Devia escrever sobre o jantar de Coiratos, qualquer coisinha sobre os Coiratos mais chegados.
A verdade é que me é impossível escrever sobre o dito jantar de Coiratos. Não houve.
Não houve Coiratos no jantar dos Coiratos. Não houve. Houve gente.
Estiveram lá pessoas, reconhecemos os amigos, Maneis, Marias e outras companhias.
O Maestro não apareceu. A Maneiger não ditou regras, nem pronunciou directrizes. Da Orange nem sinal e não se ouviu a resmunguice da Pão-de-ló (as Dupond & Dupont simplesmente afrouxaram o nó das gravatas e foram de férias). Esteve a Rosarinho em vez da Rô, a Ma(t)raca Azul não se fez notar, ficou presa no twitter.
E a minha Açucareiro nunca lá poderia ter estado, estaria lá outra que, por vezes, responde por esse nome.
Os Coiratos desapareceram e quem lá esteve, quem eu vi, foram pessoas sentadas à mesa, num jantar de celebração da inexplicável AMIZADE que nasceu e cresceu entre nós e que nos aproxima e nos torna cúmplices daquela querida pessoa que nos uniu. A NOSSA IRMÃ (e isto diz tudo o que quero dizer a respeito dela).
Despertaram-se os sentidos, despertam-se sempre que estamos juntos, vimos, sentimos e apalpámos (se vocês não, eu sim, que sou rapariga para reclamar abraços) e sobretudo falámos. Falamos sempre, mesmo quando não há tempo nem disposição para conversas.
Fomos nós. Fomos só pessoas, ou teríamos sido, se os nossos filhos não nos distinguissem como se fossemos personagens de um livro de banda desenhada.
E sim, eles tratam-me por Farinha. Muito provavelmente já esqueceram, ou nunca fizeram a mínima ideia de qual é o meu nome próprio.
Dizem que houve um jantar de Coiratos. Eu não sei, mas se quiserem saber façam o favor de perguntar aos nossos miúdos. Eles saberão dizer.
E, já agora, perguntem-lhes o que pensam da nossa querida Ir. A., as respostas dos nossos catraios dirão tudo sobre o que de importante partilhámos com ela, e foi muito.
2 comentários:
Um dia enviei um email à nossa Ir. A. com uma história curiosa sobre plantar sementes e esperar que dêem fruto, agradecendo por nos ajudar tanto nesta tarefa tão difícil que é educar os nossos filhos.
E a Ir.A., que por norma não responde a emails (o que é mais que compreensível), desta vez, não só respondeu com muito carinho, como ainda me devolveu o elogio.
Acho que este pequeno episódio diz muito do que é a nossa querida Ir.A.
De como, além dos nossos filhos, se (pre)ocupa connosco, os pais.
Do seu grande coração onde, pelas próprias palavras, haverá sempre um lugar para todos e cada um de nós.
OBRIGADA IR.A.
POR TUDO!
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